Tem gente que adota tão obsessivamente uma filosofia que, sem perceber, acaba sendo adotado por ela. É um tipo de transtorno: “Filosofite Obsessivo-Compulsiva Aguda”.
Daí um belo dia “cai a ficha”, a pessoa percebe que não acredita mais na tal filosofia, tem um surto de crise de identidade, sente que a vida perdeu o sentido e adoece.
O processo que vive é o do luto em suas conhecidas fases:
Negação
Raiva
Negociação
Depressão e
Aceitação
Se a principal ficha não caiu, ela vai procurar uma nova filosofia que “a adote”.
Sim porque ela não aceita NÃO ser controlada por um pensamento externo.
Precisa ser “adotada em caráter definitivo” pelo pensamento de alguém porque sofre de um terrível abandono afetivo que se estende ao ideológico.
A filosofia nesse caso entra com o papel de pai e/ou mãe. E aí o ciclo se repete... de crise em crise.
A principal ficha que precisa cair é :
A NOSSA CONSCIÊNCIA É DINÂMICA. NÓS MUDAMOS. NÓS EVOLUIMOS.
Não existe conceito ou pensamento fechado. Por mais verdadeira que uma determinada coisa se mostre, não podemos esquecer que a nossa percepção é dinâmica.
Na forma saudável:
“Hoje isto é muito verdadeiro para mim. Amanhã não sei e vivo muito bem com isso”.
Assim, não cabem coerções e nem muito menos policiamentos ideológicos, sejam de que ordem forem, porque assim a pessoa cai na ridícula postura preconceituosa, que é a forma mais tacanha de nos relacionarmos.
Quem não aceita mudar de filosofia, quando de fato já mudou, está com medo de abandonar a proteção do pais projetada nas idéias.
Quem não se permite pensar livremente, vegeta sob o pensamento alheio.
Livre para pensar, livre para viver.
Arly Cravo
Imagem: net
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