quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Mitificação dos sentidos

É muito comum nas relações humanas admirarmos alguém ou até mesmo determinadas situações. Talvez por um excesso de qualidades ou apenas por uma série de atitudes que levam a este êxtase inicial. Mas existem aqueles que vão além disso, mitificando os acontecimentos e principalmente, as pessoas.

Isso é um equívoco muito comum nos dias de hoje porque essa mitificação dos sentidos provém de uma necessidade de transformar o comum em mitos, o reflexo de uma mente carente. Uma tendência natural de pessoas com baixa auto-estima em endeusar, superestimar por questões de auto-imagem enfraquecida sensações convencionais.

Geralmente o foco acontece em pessoas no qual não se tem muito conhecimento, onde o relacionamento é superficial porque assim é mais fácil criar subterfúgios para não enxergar o óbvio e as questões de realidade, infelizmente, é o calcanhar de Aquiles da grande maioria.

Lembrando que mitificação não é ilusão, mas sim um complemento, um pacote “advanced plus” da alienação consciente. Na ilusão existe uma deturpação do que é real enquanto na mitificação ocorre uma cegueira aguda de super valorização de conceitos e estereótipos. Seria algo bem próximo de idealização, mas sem o endeusamento característico.

Nem é preciso falar que esse tipo de comportamento leva a decepção quando a verdade é revelada e contra fatos não há argumentos, no máximo lamentações. Mitificar as coisas está muito longe de ser uma ação equilibrada, pois só traz prejuízos emocionais aos que se enveredam pelo caminho da negação da lógica.

O nome mito já diz: algo que não existe, uma história bonitinha e floreada, mas inventada. Devemos parar com essa mania obsessiva de procurar nos outros arquétipos de heróis, seres perfeitos ou então que apresentam a verdade como absoluta. Isso também é um mito porque a verdade é relativa e mutável.

As aspirações não podem ser projetadas nem muito menos haver uma depreciação de suas próprias qualidades em detrimento de características encontradas em terceiros. Cada um é do jeito que deve ser. Se você não está contente com algo, mude, mas não mitifique alguém. Ele é de carne e osso como você.

A existência por si é um ato simples, democrático e igualitário. O que diferencia uma da outra é o que fazemos com as nossas escolhas e como lidamos com os nossos ideais. Por isso, mitificar essas sensações é algo que não faz sentido considerando o potencial que cada um tem de ser aquilo que lhe convém, até mesmo ser o seu próprio mito.


Autoria: Babi Arruda

http://babiarruda.wordpress.com/

Imagem: Net

4 comentários:

  1. Oi Rosani
    sempre que posso venho visitar teu blog pois gosto de ler os textos que selecionas.
    Abraço

    ResponderExcluir
  2. Vi beber nos teus textos tranquilidade para continuar viajando,

    Beijo

    ResponderExcluir
  3. Rosani. Adorei esse texto. Devemos fazer uma análise e se não gostamos do que vemos, então, façamos algo para mudar. Mudemos o que for possível para sentirmos bem, não nos esquecendo de que as maiores mudanças acontecem no coração.
    Somos hoje o resultado de nossas escolhas do passado e somente nós podemos dar um novo rumo à nossa vida. Mitificar é vivenciar uma ilusão. Beijos, amiga e tenha uma semana de paz.
    Tenha coragem de mudar sua forma de pensar, ser e agir, e busque a realização de seus sonhos com atitudes positivas.
    Faça as pazes com você mesmo e com a vida! Mude para melhor todos os dias e seja feliz!
    “Seja qual for o grau a que chegamos, o que importa é prosseguir decididamente.”

    ResponderExcluir
  4. Cara Rosani,

    Gostei de ter encontrado seu blog.

    Esse texto chamou minha atenção, tenho essa tendência a mitificação, infelizmente. Mas devo salientar que não é fácil traçar a linha divisória, ou seja, saber quando estou indo além ou não na imagem que faço do outro,
    Sempre pensei que é melhor errar pelo excesso que pela falta, buscar um equilíbrio é um exercício árduo...

    Grande abraço!

    ResponderExcluir

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